( * ) Por: Daniel Grandolfo
Ao me deparar com o conceito de Justiça, para Aristóteles, já percebo logo de início a própria injustiça, pois, para o filósofo, Justiça é: “Cada igual deve ser tratado como igual. Os desiguais conforme suas desigualdades”. Esse conceito é o mais aceito entre os juristas e só aumenta a injustiça. Também, tal conceito aumenta o abismo entre iguais e desiguais e, quanto mais me deparo com a justiça dos homens mais estou convicto de que a única esperança é acreditar na justiça Divina.
Segundo Nicolau Maquiavel, a religião é importante para que o governo controle o povo, pois cria no povo a esperança de “justiça divina” em meio à injustiça dos governantes e da própria Justiça.
Confesso que nunca concordei tanto com Maquiavel, aliás, eu e muita gente ainda continuamos com forças para viver por acreditar na justiça Divina, a última da esperança para um povo tão sofrido no meio da catástrofe moral da equidade que estamos vivendo.
Cabe aqui também um questionamento: como acreditar em pastorais se a história delas está repleta de injustiça? Em apenas 150 anos foi extinto o maior tribunal de injustiça da história da humanidade, um tribunal que durou mais de 1200 anos chamado de “Santa Inquisição”, também conhecida como “Santo Ofício”, ou seja, um tribunal eclesiástico criado com a finalidade "oficial" de investigar e punir os que se opunham aos Sacramentos da Santa Madre Igreja de Roma. Esse tribunal torturou e matou mais de 100 milhões de pessoas inocentes em 1200 anos usando o nome de Deus.
Será que alguém poderia explicar como é que hoje a Igreja de Roma consegue ter a pachorra de liderar os movimentos de direitos humanos, pastoral carcerária e muitos outros? Será que já se esqueceram que, se hoje existe leis contra tortura e os Direitos Humanos, foi justamente por causa das injustiças, torturas e mortes cometidas pelos tribunais da inquisição?
As vítimas dos criminosos apodrecem nos túmulos, se reviram no leito de dor em hospitais, enquanto que os parentes vitimados pelos criminosos choram sem consolo e apoio. Isso, sem contar que são marcados pelo resto de suas vidas pela violência desses marginais e milhares de famílias passam por necessidades, pois perderam aquele que trazia o sustento para o lar.
Enquanto isso, os que os vitimaram tem ampla assistência das pastorais, mas não é só: eles tem médicos, advogados, dentistas, psicólogos, assistentes sociais e um auxilio reclusão de R$ 810,18, que pode ser comprovado pela Portaria nº 48/09 da Previdência Social. Por outro lado, temos a família do vitimado passam por privações e fome por não terem mais o chefe do lar. Quanta injustiça!
Como Agente de Segurança Penitenciária sei muito bem como é após a cada rebelião, já que ficamos abandonados, enquanto os que nos vitimaram recebem apoio total das pastorais. Após cada rebelião, meu desejo é gritar: “Cadê a Justiça?”
Os criminosos estão cada dia piores, aterrorizam, torturam, roubam, estupram, matam e destroem vidas de milhares de pessoas. Destroem o bem mais precioso que existe: a vida. Entretanto, as famílias vitimadas jamais são procuradas pela pastoral e nem recebem qualquer auxílio do governo. E o criminoso vai para onde? Para uma prisão chamada de hotel ou faculdade do crime por alguns criminosos! E isso com todos os direitos e garantias legais. Será que alguém poderia me explicar como uma pessoa destrói várias vidas que jamais serão recuperadas e ainda passar um tempo na “faculdade” como prêmio? Faculdade onde terá cigarro, maconha e todo tipo de assistência! E mais, ainda receberá o amparo do Estado para suas famílias com a vergonha do tal auxílio reclusão! E como fica o lar que perdeu o pai de família que trazia o sustento para casa?
Isso é realmente revoltante! Onde está a Justiça no Brasil? É por isso que as prisões estão cheias, e com um déficit de 450 vagas ao mês. Inclusive, a mãe de um detento, que recebe o auxílio reclusão, me disse: "prefiro meu filho aqui, ele me dá mais lucro". Vale ressaltar que o filho dela tirou a vida de dois cidadãos. E quanto recebes as famílias desses cidadãos que perderam a vida?
Como se não bastasse, alem de não dar qualquer apoio aos agentes vitimados pelos criminosos a pastoral carcerária se coloca contra os agentes penitenciários e quer se meter em questões políticas sem qualquer conhecimento de causa, visando impedir aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 308/04, que cria a Polícia Penal. Para finalizar, cabe aqui um questionamento a toda a sociedade: será que a pastoral carcerária está sempre contra quem trabalha dignamente para o sustento da família e a criação de um Brasil mais justo e igual? É o que parece!
É tempo de dizer BASTA para a injustiça no Brasil e para pastoral carcerária parar de ser hipócrita!
Nesse artigo não quero atacar a igreja (instituição), mas quero chamar atenção do homem.
Referencias:
Link Portaria nº 48, de 12/2/2009, do INSS:
Link para o abaixo assinado feito pela pastoral contra a PEC 308/04:
( * ) Daniel Grandolfo
Sem Palavras meu brother, você disse tudo, sei q a verdade as vezes dói, mas infelizmente os valores estão invertidos o que é certo passou a ser errado e o que era errado passou a ser certo! Sou católico não praticante por causa destas coisas q enxerguei, acho construtivamente q a Igreja (seus dirigentes) ja passou e muito da hora de rever certos valores!
ResponderExcluirMagnifico
ResponderExcluirParabéns pelo Artigo, Concordo plenamente com suas palavras. Policia Penal Já!!!
ResponderExcluirDaniel Grandolfo, essas palavras não são suas, são de Deus, você foi apenas o instrumento.
ResponderExcluirGrande Grandolfo, parabéns por este artigo, falaste a mais pura verdade. Chega de tanta hipocrisia desses inúteis destas pastorais. Mais uma vez, meus parabéns e rumo a nossa tão esperada PEC 308/04. Abraços!
ResponderExcluirBelo texto.Só um correção;
ResponderExcluir"um auxilio reclusão de R$ 810,18 por filho".
Não é por filho não, ok?!?!?
Abraço!
Já vi muito pela internet o seguinte texto:
ResponderExcluir"Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, a partir de 1/1/2010 é de R$798,30 por filho para sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso."
É mentira!
De fato, o Auxílio Reclusão existe desde 1960! No entanto, o benefício é único e independe da quantidade de filhos que o preso possui.
Não importa se ele tem 4 ou 5 dependentes. O valor do auxílio é sempre o mesmo.
Também é bom ressaltar aqui que a ajuda não é dada ao preso e sim à sua família.
De acordo com o Ministério Público, "o objetivo é garantir a sobrevivência do núcleo familiar, diante da ausência temporária do provedor".
Caro colega e defensor da nossa classe, vc disse tudo (com certeza são essas as palavras de todos nós), sendo certo que precisamos nos unir e questionar as atitudes desse hipócritas que são pastores de si mesmos, enquanto as famílias do vitimados são deixados de lado e nenhum auxílio é prestado às famílias dos nossos companheiros de classe que partiram vitimados por bandidos dentro e fora das penitenciárias... De fato é necessário a aprovação da PEC 308/04, para que haja melhoria e valorização dos agentes prisionais em todo o País, assim no sistema de execução penal!!!
ResponderExcluirDepois de tantos escândalos de pedofilia, só faltava agora essa. Melhor seria a Pastoral preocupar-se e fazer alguma coisa para diminuir os numerosos casos de pedofilia que vem acontecendo, os quais nós vemos nos jornais,do que querer e de encontro a uma classe tão sofrida e injustiçada que são os agentes penitenciários.Será que não bastam as grandes injustiças, escândalos, irregularidades, etc... desta instituição que a pastoral faz parte?
ResponderExcluirParabéns estou de comum acordo e apoio a nossa categoria .Temos que nos unir!!!
ResponderExcluirObrigado pela dica. Fiz algumas correções, pois o auxilio reclusão é por preso e não por filho!
ResponderExcluirParabéns! eu tenho um sonho chamado polícia penal, espero que se realize um dia. peço a DEUS QUE TE ABENÇOE E TE DER FORÇA NESTA LUTA!!!
ResponderExcluirParabéns, irmão. Não me processe. Tomei a liberdade e postei em meu blog. Abçs. APDSJ
ResponderExcluirComo o senhor, tambem sou agente penitenciario, inclusive, ja fui refem em rebelião( maio 2006), e acredito que o senhor esteja um pouco equivocado com as afirmações que postou nesse blog
ResponderExcluira Assistencia prestada aos detentos, como o senhor deveria saber (ja que se diz bacharel em direito) tem previsão legal, e faz parte do sistema progressivo constitucionalmente adotado pela legislação patria, e pensar em abolir esse sistema é o mesmo que rasgar a Constituição Federal, os tratados internacionais, é voltar a idade media. Por derradeiro, em relação aos Direitos Humanos, isso não tem nada haver com a inquisição, como equivocadamente o senhor afirmou, essa ideia se firmou depois da 2ª Guerra Mundial, e foi a forma encontrada de se valorizar e proteger a VIDA HUMANA, o senhor parece ser uma pessoa de até certa cultura, contudo, deveria ser um pouco mais prudente em suas afirmações, quem sabe estudar um pouco mais antes de sair despejando um monte de besteira na internet, vamos usar esse canal para o que realmente interessa, procure alguma coisa sobre a TEORIA DA EUGENIA, estude as consequencias que levaram ao nazismo, estude sobre os acontecimentos na epoca da ditadura militar no brasil, depois quem sabe o senhor esteja preparado para falar de DIREITOS HUMANOS!
Estou certo que o senhor nao terá coragem de postar o comentario que fiz, e nao gostaria que levasse essa crítica para o lado pessoal, apenas acho (pode ser que eu esteja enganado) que para a evolução da nossa classe, para que um dia sejamos uma classe de profissionais respeitada, se faz necessario que tenhamos conciencia de qual é o nosso verdadeiro papel nessa engrenagem, na minha opnião os verdadeiros criminosos, os que realmente lesam a sociedade nao são os pé de chinelos que inchão o sistema prisional, estes estão a solta dando risada da bagunça toda e se aproveitando da situação,
ResponderExcluirParabens pelo seu empenho talvez esteja no caminho certo, por derradeiro para se refletir:
“A história dos homens é um imenso oceano de erros, no qual se vê sobrenadar uma ou outra verdade mal conhecida”.
CESARE BECCARIA